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É possível viver para além disto!

É possível viver para além disto!

A (curta) homenagem.

01
Jun20

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Já vos falei aqui do meu anjo. Daquele anjo que um dia apareceu na minha vida e a transformou por completo.

Podem não acreditar, mas foi no exacto momento em que conheci o meu anjo que percebi que a minha vida nunca mais seria a mesma. 

Houve qualquer coisa naquela pessoa que me cativou. Que me fez ver que para se manter na minha vida, eu teria que olhar mais para dentro de mim. 
Algo mudou em mim. 

Primeiro tive medo. Medo de deixar entrar essa pessoa na minha vida e não ser capaz de a manter. E afastei-me.

Mas a capacidade do meu anjo de chegar até mim, levou a melhor. 
Quis tornar-me uma pessoa melhor, sabendo que havia muita coisa que nunca tinha partilhado com ninguém. Que havia muita dor que estava em mim e que a transformei em medos, inseguranças, receios.

Passaram alguns anos desde que conheci o meu anjo. Como vos partilho aqui, procurei ajuda, encontrei a minha criança interior que andava perdida, comecei a olhar mais para mim e menos para os outros. Muita coisa mudou, menos o meu anjo. 

Apesar de tudo, manteve-se ao meu lado. Sempre. Nesta minha luta interna, deixou-me ser eu. E mostrou-me que é exactamente por ser como sou, que gosta de mim. 
Foi o melhor que me aconteceu. Foi o meu Euromilhões.

Hoje escrevo-vos sobre o meu anjo, porque, nós falamos de tudo. Mas, havia (e, certamente, haverá) coisas que nunca tinha falado com ninguém e que, recentemente, decidi partilhar com o meu anjo. 

Não recebi um olhar de compaixão, de pena. O que recebi foi um silêncio de não saber como tinha sido capaz de lidar com aquilo sem falar.

E foi por isso, ou é por isso, que com essa pessoa sou EU. Sem tirar nem pôr. 

Não há pena ali. Talvez o que haja é o sentimento de não ter aparecido mais cedo. 
Só que eu digo-lhe, muitas vezes (e não sei se suficientes), que apareceu na altura certa. Que apareceu no exacto momento em que precisava de ser salva.

Salva! Foi exactamente isso que este meu anjo me fez. Salvou-me. Salvou-me de cair bem fundo no poço. De ignorar o que sentia e de sobreviver, para começar a viver.
Salvou-me! 


E fê-lo, porque é de uma capacidade extraordinária de ver para além do seu eu, de como fazer o contrário da generalidade das pessoas que "no final do dia, so elas interessam.".

Não é (sempre) altruísta, mas não é egoista. Está lá. Sempre. Quando preciso. Quando não preciso. Com um abraço. Com uma palavra. Com um dar a mão que nunca tinha sentido na vida. 
Com o meu anjo, deixei de sentir que a vida não tinha sentido. Pois fez-me ver que a vida era muito mais que o meu passado. 

Devo-lhe isso. Devo-lhe ter me colocado no caminho certo. De não ter desistido de mim, quando quis fazê-lo. Mas devo-lhe também esta (insuficiente) homenagem. 
É o meu anjo. O meu porto de abrigo. O meu pilar.

É tudo isto e muito mais. E merece isto e muito, muito mais.

Sei que o meu anjo sabe. Mas agora vocês também o sabem.