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É possível viver para além disto!

É possível viver para além disto!

E porquê o blogue?...

17
Ago19

Se no primeiro post falei do que queria transmitir com este projecto, agora chegou a hora de explicar o porquê dele surgir e só o posso fazer se vos der a conhecer um bocadinho de quem eu sou.

Dar-vos a conhecer quem eu sou não é uma tarefa fácil. Falar deste projecto e do porquê dele também não é uma tarefa fácil. Mas...tem que ser.

Posso dizer-vos que nasci no centro do país, atingi recentemente as três décadas de vida e há 30 anos nasci numa família "aparentemente normal".

A expressão "aparentemente normal" foi usada, ao invés de família disfuncional ou imperfeita, porque durante anos os meus pais tentaram dar a aparência de que éramos uma família "como as outras" (seja lá isso o que isso for!), só que à medida que fui crescendo descobri que de "normal" nada tínhamos. Porém, convém começar pelo início.

Um casal da classe média com dois filhos e tudo para terem uma vida feliz. Só que nada disso aconteceu. 

Por incompatibilidade de feitios, por exigências pessoais, por frustrações pessoais, por qualquer coisa que, na verdade, nunca se saberá os meus pais nunca se deram bem.

Devem questionar-se como é que eu sei que "nunca se deram bem", porque como é óbvio quando somos pequenos não podemos ter essa percepção. Ou teremos? 

Da minha parte as minhas memórias são desde muito nova. Não nego, no entanto, que hoje a noção que tenho vem também das conversas que, com a idade, fui tendo com a minha Mãe. 

Também se podem questionar o porquê dos meus pais terem decidido constituir uma família se "nunca se deram bem" e a isso respondo-vos com um: não faço ideia. Ou talvez comece a fazer, mas é um tema para mais tarde me (nos) debruçar(-mos).

E por alguma coisa que eu ainda hoje desconheço, os meus pais decidiram manter um casamento e, supostamente, uma família "aparentemente normal" durante quase 20 anos. 

E se podíamos achar que um divórcio resolve tudo, o problema é quando o divórcio traz ainda mais complicações do que o próprio casamento. 

E, resumidamente, é isto:

Sou filha de pais divorciados (desde os meus 17 anos), sendo que em miúda sempre pedi aos pais que se divorciassem porque o ambiente em casa de bom nada tinha. Que ao nascer no ambiente em que nasci e depois de muitos anos sem falar do que se passava, decidi que chegou a hora de partilhar os traumas, os medos, os obstáculos, no fundo, as adversidades da vida e como vou conseguindo ultrapassá-las. 

Se é fácil? Não. Se demora? Muito. 

Mas hoje posso dizer-vos com toda a certeza que "é possível viver para além disto!".

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